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Um homem casado pela segunda e ultima vez, um filho, disposto a compartilhar experiências, ouvir sugestões, falar das coisas que acredita, do amor, trocar informações sobre as formas que arranjou de lidar com á depressão e a bipolaridade e todos os seus desdobramentos, disposto a ouvir, ser ouvido, perdoar e ser perdoado, completamente disposto em fazer novas amizades, aberto para reformas, para reestruturações de sua própria humanidade...

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Células-tronco extraídas da pele de pacientes ajudam a tratar transtorno bipolar


29/08/2011 - 12:43
Estudo oferece oportunidade para estudar mais a fundo as bases genéticas e biológicas por trás desse grave transtorno de humor
Celulas-tronco desenvolvidas a partir da pele de adultos com transtorno bipolar estão fornecendo aos pesquisadores da University of Michigan, nos Estados Unidos, uma oportunidade para estudar mais a fundo as bases genéticas e biológicas por trás desse grave transtorno de humor. Os cientistas acreditam que serão capazes de vincular novas descobertas – por exemplo como a expressão do gene é afetada por diferentes medicamentos – aos dados clínicos e demográficos dos doadores das células.
“Atualmente, os melhores tratamentos para transtorno bipolar são eficazes apenas entre 30% e 50% dos pacientes. As novas descobertas nessa área têm sido limitadas, devido à falta de acesso a tecidos e células de indivíduos com transtorno bipolar.” diz o professor Melvin McInnis, da University of Michigan Medical School.
As novas linhas celulares foram feitas a partir de fibroblastos da pele retirados de amostras doadas por voluntários adultos com e sem transtorno bipolar. No laboratório os cientistas podem manipular essas células de pele para que elas se comportem como células-tronco pluripotentes induzidas (iPSC). “Muitas vezes pensamos que as células-tronco poderiam ser utilizadas em terapias para tratar o transtorno bipolar. Este é um grande exemplo da utilidade do estudo das células-tronco em pessoas com a doença. As células iPSC se renovam, por isso são uma fonte ilimitada de material, oferecendo uma esperança para pessoas com esse transtorno”, diz O’Shea.
Ainda assim, os pesquisadores advertem que novos tratamentos estimulados por este trabalho podem estar ainda a uma década ou mais de distância.

Fonte: Portal Isaude

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Por que ser Portador de transtorno de humor bipolar é tão complicado?







 PARTE 01

Primeiro não temos um tumor exposto que confirme o diagnóstico, não temos crises depressivas maiores em publico, nosso estado de euforia é confundido com alegria, porque muito bipolar se esconde atrás do álcool, drogas e da omissão, nos casos mais “brandos”, somos confundidos com doentes mentais loucos e somos “apenas” doentes mentais graves, pelo transtorno não ter cura como o diabetes, mas os diabetes aplicam injeções, nos não, todos os nossos medicamentos são tomados em casa, por que a ignorância faz as pessoas terem preguiça de ler a respeito, não usamos cadeiras de rodas, podemos trabalhar e conseguir alguma produtividade nos casos mais brandos, todo mundo conhece um bipolar que vive bem e isso generaliza os demais portadores do transtorno bipolar, a amiga da neta, da tia ficou curada, então não era bipolaridade, bipolar não tem cura é pra vida toda.

E Assim Caminha a Humanidade, Não Muda Nada de Verdade



terça-feira, 15 de novembro de 2011

CONHEÇA O BLOG DE MINHA ESPOSA

A Dor Pode Vir de Várias Formas



Como Dói e Não Posso Fazer Nada!



Não temos como evitar o a caso, ele vem silencioso e rouba da gente coisas e momentos belos que poderiam acontecer, tira de nos a alegria de partilhar singelos instantes que por Deus nos foi dado, mas o a caso de verdade não existe, ele é, ele esta, ele virá independente de estarmos ligados o tempo todo ou que seja boa parte dele, atentos, ao lado, juntos, brincando, educando, mostrando as coisas novas ou fazendo coisas novas.    Está escrito, já foi consumado, e longe mesmo dos nossos olhos ou da nossa vontade, simplesmente já não é mais futuro, ficou no passado e precisamos cuidar para que o tal a caso não ocorra de outra forma de novo... 










domingo, 23 de outubro de 2011

POR QUE ISSO AGORA!?






“Uma pessoa, que me dá a honra de acompanhar meu blog, me perguntou: POR QUE VOCÊ TEM COLOCADO MAIS VIDEOS, CLIPS E FILMES AO INVÉS DE SEUS TESTOS E PESQUISAS?”

Pelo simples fato de que estes vídeos também são parte de mim e como as palavras de dentro de mim tem saído em imagens, resolvi expor estas palavras que saem de mim em forma de imagens, vídeos e musicas, nem sempre nessa ordem. Espero que tirem proveito e meditem em quem sou eu e em quem são vocês.GRANDE ABRAÇO E ENORME BEIJO EM TODOS!!! 

SOMOS FILHOS DA GERAÇÃO PROZZAC


quarta-feira, 19 de outubro de 2011



Por nós dois pode ser amado MESMO pode contar com isso. Você é um cara que com todos os problemas que enfrenta mesmo que esteja noiado de psicotrópicos....kkkkk, está sempre de bom humor sorrindo, fazendo piada de tudo e isso em você é muito legal, tenho boas lembranças de momentos legais que passamos juntos eu você e a Lu e o João na barriga da Lu....kkkkkkkkkkkk Espero que esteja tudo bem hoje e que esteja cheio de perspectivas boas para o dia de amanhã...um dia de cada vez.... Beijocas Lu e Dedeu em Quem sou eu hoje?

sábado, 8 de outubro de 2011

Laboratório de Reestruturação Humana: John Lennon- Beautiful Boy

Laboratório de Reestruturação Humana: John Lennon- Beautiful Boy

John Lennon- Beautiful Boy





Beautiful Boy (Darling Boy)

Close your eyes
Have no fear
The monster's gone
He's on the run and your daddy's here
Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy
Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy

Before you go to sleep
Say a little prayer
Every day in every way
It's getting better and better

Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy
Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy

Out on the ocean sailing away
I can hardly wait
To see you come of age
But I guess we'll both just have to be patient
'Cause it's a long way to go
A hard row to hoe
Yes it's a long way to go
But in the meantime

Before you cross the street
Take my hand
Life is what happens to you
While you're busy making other plans

Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy
Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy

Before you go to sleep
Say a little prayer
Every day in every way
It's getting better and better

Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy
Darling, darling, darling
Darling Sean





Menino Lindo

Feche seus olhos
Não tenha medo
O monstro se foi
Ele está correndo para longe e seu papai está aqui
Lindo, lindo, lindo
Lindo menino
Lindo, lindo, lindo
Lindo menino

Antes de dormir
Faça uma pequena oração
todos os dias em todos os sentidos
Está melhorando e melhorando

Lindo, lindo, lindo
Lindo menino
Lindo, lindo, lindo
Lindo menino

No oceano que veleja afora
Eu quase não posso esperar
Para te ver mais velho
Mas eu acho que vamos apenas ter que ser paciente
Porque o caminho é longo
Uma vida dura para vencer
Sim é um caminho longo
Mas enquanto isso

Antes que você atravesse a rua
Segure minha mão
Vida é o que acontece a você
Enquanto você está ocupado fazendo outros planos

Lindo, lindo, lindo
Lindo menino
Lindo, lindo, lindo
Lindo menino

Antes de dormir
Faça uma pequena oração
Diariamente em todos os sentidos
Está melhorando e melhorando

Lindo, lindo, lindo
Lindo menino
Querido, querido, querido
Querido Sean(João Otávio)







sábado, 1 de outubro de 2011

MONTE CASTELO




Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal,
Não sente inveja ou se envaidece.
O amor é o fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria.
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É um não contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder.
É um estar-se preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata a lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor.
Estou acordado e todos dormem.
Todos dormem. Todos dormem.
Agora vejo em parte,
Mas então veremos face a face.
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Laboratório de Reestruturação Humana: MENTIRA COMPULSIVA

Laboratório de Reestruturação Humana: MENTIRA COMPULSIVA

Laboratório de Reestruturação Humana: Mentirosos compulsivos desenvolvem a doença na infância

Laboratório de Reestruturação Humana: Mentirosos compulsivos desenvolvem a doença na infância: Mentirosos compulsivos desenvolvem a doença na infância

Mentirosos compulsivos desenvolvem a doença na infância

Educação é a principal arma para combater o mal e outros similares, como a mitomania



Por: Equipe WS

É normal que as crianças mintam. Esse comportamento fantasioso faz parte do universo infantil até os dez anos de idade, quando o amadurecimento pessoal começa a ser formado. O que parece uma atitude ingênua pode se tornar um problema sério após os treze anos, quando a pessoa começa a se assumir como indivíduo e passa a sustentar relacionamentos sociais adultos.

A educação na infância e pré-adolescência é uma importante aliada na construção da personalidade e na auto-afirmação, pois as mentiras só se tornam uma válvula de escape para aqueles que sofrem de carência e insegurança em sua formação.

A “síndrome de Pinóquio” pode se expressar de duas maneiras. A primeira é a mentira compulsiva, em que são inventadas histórias para livrar-se de problemas. Há a consciência daquilo que está sendo feito, porém o mentiroso encara o hábito como uma “mentira boa ou inofensiva”. Contudo, com o tempo, a saúde mental pode tornar-se comprometida com a culpa e a ansiedade de ser descoberto, e esses aspectos desencadeiam geralmente em depressão.

Já a mitomania, que foi originalmente conceituada em 1905, pelo médico e psiquiatra francês Ernest Dupré, é uma tendência patológica à fabulação. As histórias imaginárias do mitômano são, às vezes, pitorescas, bem concatenadas e induzem à convicção. Quem sofre do mal cria uma realidade paralela tão boa que passa a acreditar que vive nela.

Essas pessoas gostam de contar histórias e têm a característica de mentir sobre um assunto específico, como fatos determinados do passado. Enquanto isso, o mentiroso compulsivo, mente sobre qualquer coisa, sem motivo ou controle da situação. Em ambos os casos, há a necessidade de inventar fatos para sentir-se bem e equilibrar o humor. Dessa forma, essas doenças surgem como sintomas de outras conturbações psicológicas, como a angústia profunda e problemas emocionais.

Cabe aos pais e educadores a busca em detectar os sintomas da mentira compulsiva e mitomania nas crianças. Eles são: insegurança; dificuldade em tomar decisões; falta de autoconfiança e tendência à confusão mental. O tratamento deve ser realizado com psicólogo e psiquiatra, no entanto, a cura não é simples. O problema pode ser amenizado, mas não solucionado totalmente, estando sujeito a recaídas caso não haja o acompanhamento necessário do profissional.

A mentira patológica acomete pessoas com transtornos de personalidade narcisista, histriônica (excesso de emotividade e busca de atenção) e anti-social. Essas características são notadas a partir de observações criteriosas, e quando tratadas prematuramente, diminuem o risco de evolução da patologia. Nos dois casos é importante detectar o comportamento suspeito nessa fase tão primordial da vida – a infância.



MENTIRA COMPULSIVA


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Titãs e Marisa Monte-Flores (Acústico MTV)


SEROTONINA





O transtorno afetivo mais típico é a Depressão com todo seu quadro clínico conhecido, mas, apesar disso, talvez não seja o problema afetivo mais frequente. São vários os fatores que contribuem para a etiologia da depressão emocional e, entre eles, destaca-se cada vez mais a importância da bioquímica cerebral. Os quadros ansiosos, do tipo Pânico, Fobias, Somatizações ou a mesma Ansiedade Generalizada são os problemas afetivos mais frequentes, pois, também esses estados têm como base psíquica as alterações da Afetividade.

Os antidepressivos são drogas que aumentam o tônus psíquico melhorando o humor e, consequentemente, melhorando a psicomotricidade de maneira global. Acredita-se que o efeito antidepressivo se dê às custas de um aumento da disponibilidade de neurotransmissores no SNC, notadamente da serotonina (5-HT), da noradrenalina ou norepinefrima (NE) e da dopamina (DA). Ao bloquearem receptores 5HT2 (da serotonina) os antidepressivos também funcionam como antienxaqueca.

O local de ação dos antidepressivos, principalmente os tricíclicos, é no Sistema Límbico aumentando a NE e a 5HT na fenda sináptica. Este aumento da disponibilidade dos neurotransmissores na fenda sináptica é conseguido através da inibição na recaptação destas aminas pelos receptores pré-sinápticos.

Parece haver também, com o uso prolongado dos ADT, uma diminuição do número de receptores pré-sinápticos do tipo Alfa-2, cuja estimulação do tipo feedback inibiria a liberação de NE. Desta forma, quanto menor o número destes receptores, menor seria sua estimulação e, consequentemente, mais NE seria liberada na fenda. Portanto, dois mecanismos relacionados à recaptação; um inibindo diretamente a recaptação e outro diminuindo o número dos receptores. Importa, em relação à farmacocinética dos ADT, o conhecimento do período de latência para a obtenção dos resultados terapêuticos.

O aumento de neurotransmissores na fenda sináptica se dá através do bloqueio da recaptação da NE e da 5HT no neurônio pré-sináptico ou ainda, através da inibição da Monoaminaoxidase (MAO) que é a enzima responsável pela inativação destes neurotransmissores.

Será, portanto, nos sistemas noradrenérgico o serotoninérgico do Sistema Límbico o local de ação das drogas antidepressivas empregadas na terapia dos transtornos da afetividade.

A Serotonina é uma substância chamada de neurotransmissor existe naturalmente em nosso cérebro e, como tal, serve para conduzir a transmissão de uma célula nervosa (neurônio) para outra. Quimicamente a serotonina ou 5-hidroxitriptamina (5-HT) é uma indolamina, produto da transformação do aminoácido L-Triptofano.

O Triptofano, conhecido também como 5-HTP (5-hidroxitriptofano), é um nutriente encontrado em alimentos ricos em proteínas, como carne, peixe, peru e laticínios. Sua importância na psiquiatria deve-se ao fato de ser o precursor direto da serotonina, por sua vez, é também chamada de 5-hidroxitriptamina (5-HT), que atua no cérebro ajudando a melhorar o humor, evitando a depressão, a ansiedade e a insônia.
Atualmente a Serotonina está intimamente relacionada aos transtornos do humor, ou transtornos afetivos e a maioria dos medicamentos antidepressivos agem produzindo um aumento da disponibilidade dessa substância (tornam ela mais disponível) no espaço entre um neurônio e outro. Assim sendo, a serotonina (5-HT) influi sobre quase todas as funções cerebrais, inclusive estimulando o sistema GABA (ácido gamaminobutírico). Embora seja apenas um, entre possivelmente centenas de neurotransmissores do cérebro, a serotonina talvez seja um dos mais importantes. Os níveis de serotonina determinam se a pessoa está deprimida, propensa à violência, irritada, impulsiva ou gulosa.

Assim como a serotonina pode elevar o humor e produzir uma sensação de bem-estar, sua falta no cérebro ou anormalidades em seu metabolismo da têm sido relacionadas a condições neuropsíquicas bastante sérias, tais como o Mal de Parkinson, distonia neuromuscular, Mal de Huntington, tremor familiar, síndrome das pernas inquietas, problemas com o sono, etc. Problemas psiquiátricos, tais como depressão, ansiedade, agressividade, comportamento compulsivo, problemas afetivos, dentre outros também têm sido associados ao mau funcionamento do sistema serotoninérgico (da serotonina).

Com essa base fisiológica, alguns pesquisadores afirmam que se aumentarem os precursores naturais da serotonina pode-se, seguramente, elevar seus níveis e aliviar a depressão, dor e o desejo por carboidratos.

O 5-HTP, tomado como suplemento dietético pode ser eficaz contra a depressão e completar a ação dos antidepressivos tradicionais. O 5HTP pode ser encontrado em altas concentrações na semente de um legume, chamado Griffonia simplicifolia, encontrado no Oeste da África. O leite e seus derivados também são fontes de 5HTP, assim como a carne de peru. Outras fontes de triptofano: requeijão, carne, peixe, banana, tâmara, amendoim, todos os alimentos ricos em proteínas.

Serotonina e o Humor

De modo geral a Serotonina regula o humor, o sono, a atividade sexual, o apetite, o ritmo circadiano, as funções neuroendócrinas, temperatura corporal, sensibilidade à dor, atividade motora e funções cognitivas.

Para se ter uma noção da influência bioquímica sobre o estado afetivo das pessoas, basta lembrar dos efeitos da cocaína, por exemplo. Trata-se de um produto químico atuando sobre o cérebro e capaz de produzir grande sensação de alegria, ou seja, proporciona um estado emocional através de uma alteração química. Outros produtos químicos, ou a falta deles, também podem proporcionar alterações emocionais.

Pensando nisso, em meados desse século a medicina começou a suspeitar ser muito provável a existência de substâncias químicas atuando no metabolismo cerebral capazes de proporcionar o estado depressivo. Isso resultou, nos conhecimentos atuais dos neurotransmissores e neuroreceptores, muitíssimo relacionados à atividade cerebral.

Alguns neurotransmissores, notadamente a serotonina, noradrenalina e dopamina, estão muito associados ao estado afetivo das pessoas. As pesquisas que inicialmente procuraram embasar a teoria de que a depressão depende (também) de baixos níveis de Serotonina, tomaram como ponto de partida o fato de uma dieta suficientemente livre de Triptofano, a ponto de produzir um pico plasmático muito baixo deste aminoácido, resultando em um estado depressivo moderado (Charney). O Triptofano, como vimos acima, é um precursor natural da Serotonina.

Também foram realizados testes em pacientes gravemente deprimidos, bem como em pacientes suicidas, constatando-se baixíssimos níveis da Serotonina no líquido espinhal dessas pessoas. Assim sendo, hoje em dia é mais correto acreditar que o deprimido não é apenas uma pessoa triste, aliás, alguns deprimidos nem tristes ficam, sendo mais acertado acreditar que os deprimidos sejam pessoas com um transtorno da afetividade, concomitante ou proporcionado por uma alteração nos neurotransmissores e neuroreceptores.

Por outro lado, os Transtornos da Ansiedade, principalmente o Transtorno Obsessivo-Compulsivo e o Transtorno do Pânico, também estariam relacionados à Serotonina, tanto assim que o tratamento para ambos também é realizado às custas de antidepressivos, os quais aumentam a disponibilidade de Serotonina no Sistema Nervoso Central. Nesses estados ansioso, um outro neurotransmissor, a noradrenalina, também estaria diminuído.

A ação terapêutica das drogas antidepressivas tem lugar no Sistema Límbico, que é o principal centro cerebral das emoções. Este efeito terapêutico é consequência de um aumento funcional dos neurotransmissores na fenda sináptica (espaço entre um neurônio e outro), principalmente da Norepinefrina (NE) e/ou da Serotonina (5HT) e/ou da Dopamina (DO), bem como alteração no número e sensibilidade dos neuroreceptores. O aumento de neurotransmissores na fenda sináptica pode se dar através do bloqueio da recaptação desses neurotransmissores no neurônio pré-sináptico (neurônio anterior) ou ainda, através da inibição da enzima responsável pela inativação destes neurotransmissores, a Monoaminaoxidase (MAO). Serão, portanto, os sistemas noradrenérgico, serotoninérgico e dopaminérgico do Sistema Límbico os locais de ação das drogas antidepressivas empregadas na terapia dos transtornos da afetividade.

Mas não é apenas a concentração e quantidade de neurotransmissores as responsáveis pelos transtornos do humor. Cada vez mais se constata o envolvimento dos receptores (quantidade e sensibilidade) desses neurotransmissores na origem da Depressão, assim como na sintomatologia da Ansiedade. Parece ser este um importante ponto de partida para a identificação, diagnóstico e terapêutica desses dois fenômenos psíquicos (ansiedade e depressão) (Bromidge e cols, 1998, Kennett e cols, 1997).

No Sono

Baixos níveis de Serotonina estão também relacionados com alterações do sono, tão comuns em pacientes ansiosos e deprimidos. A Serotonina é a mediadora responsável pelas fases III e IV do sono. A diminuição da latência da fase REM (Rapid Eyes Moviment) do sono, de indiscutível ocorrência na depressão unipolar e no transtorno obsessivo-compulsivo, se deve ao desequilíbrio entre a Serotonina e Acetilcolina. Os antidepressivos recaptadores de Serotonina servem para restabelecer a chamada arquitetura do sono dos pacientes depressivos, ansiosos e até dos dependentes de hipnóticos (Lehkuniec).

Como vimos, as alterações do sono dos transtornos ansiosos e do humor, normalmente insônia, deve-se ao desequilíbrio entre a Serotonina e um outro neurotransmissor, a Acetilcolina e o tratamento com antidepressivos pode melhorar a qualidade do sono. Outro efeito muito útil dos antidepressivos é em relação ao tratamento de pessoas dependentes de medicamentos hipnóticos (para dormir), já que estes podem proporcionar um certo desequilíbrio na acetilcolina.

Na Atividade Sexual

A Serotonina apresenta um efeito inibidor sobre a liberação de hormônios sexuais (gonadotrofinas) pelo hipotálamo, e consequente diminuição da resposta sexual normal. A diminuição farmacológica da Serotonina, seja através de medicamentos ou por competitividade aminérgica, facilita a conduta sexual. Isso quer dizer que quanto mais Serotonina menos hormônio sexual, menos atividade sexual, portanto, alguns antidepressivos que aumentam a Serotonina acabam por diminuir a atividade sexual.

No Apetite

A vontade de comer doces e a sensação de já estar satisfeito com o que comeu (saciedade) dependem de uma região cerebral localizada no hipotálamo (núcleo hipotâlamico ventro-medial). O efeito hipotâlamico ventro-medial da Serotonina é altamente específico apenas para os hidratos de carbono, necessitando de outros cofatores centrais e periféricos para agir sobre os outros alimentos, como as proteínas e lípides.

Portanto, com taxas normais de Serotonina a pessoa sacia-se mais facilmente e inibe mais facilmente a ingestão de açúcares, sente-se satisfeita com mais facilidade e tem maior controle na vontade de comer doce. Havendo diminuição da Serotonina, como ocorre na depressão, a pessoa pode ter uma tendência ao ganho de peso. Por isso os medicamentos que aumentam a Serotonina estão sendo cada vez mais utilizados nas dietas para perda de peso (sibutramina, por exemplo). A própria fluoxetina, usada para o tratamento da depressão através do aumento da Serotonina, também costuma proporcionar maior controle da fome (notadamente para doces).

Assim, se por um lado a baixa de Serotonina resulta em ganho de peso, o excesso de Serotonina, por outro lado, produz anorexia (Blundell). Apesar disso, os agonistas da Serotonina com ação direta sobre os neuroreceptores da Serotonina (serotoninérgicos) do tipo 5-HT1A (8-OH-DPAT) produzem aumento do apetite (hiperfagia) por estímulo de outros neuroreceptores (auto-receptores), diminuindo a liberação de Serotonina. Este pode ser o mecanismo responsável pela anorexia que se observa em alguns casos de depressão ou da Anorexia Nervosa (López-Mato).

Outras Funções

Também na regulação geral do organismo a Serotonina tem um papel importante. A Serotonina é um dos principais neurotransmissores do núcleo supraquiasmático hipotâlamico, regulador central de todos os ritmos endógenos circadianos. Influi assim, na regulação do eixo hipotálamo-periférico.

A temperatura corporal, por exemplo, controlada que é no Sistema Nervoso Central (SNC) recebe uma influência muito grande dos níveis de Serotonina. Isso talvez possa explicar porque algumas pessoas têm febre de origem emocional, predominantemente as crianças. A Serotonina produz um efeito duplo sobre a temperatura corporal, de acordo com o tipo de neuroreceptor estimulado. O neuroreceptor 5-HT1 reduz a temperatura corporal (hipotermia) e o neuroreceptor 5-HT2, ao contrário, eleva a temperatura (hipertermia). É durante a fase de ondas lentas do sono que se produz o pico mínimo da temperatura corporal.

Também interfere no limite da sensação de dor. A Serotonina é um modulador das vias senso-perceptivas, as quais também transmitem ao cérebro a sensação de dor. A depressão diminui o limiar de recepção à dor e a administração de agonistas (imitadores biológicos) da Serotonina produz analgesia em animais de laboratório.

Algumas doenças caracterizadas por dores de tratamento difícil podem ser muito beneficiadas com medicamentos que aumentam a Serotonina. É o caso, por exemplo, da enxaqueca, das lombalgias (dores nas costas) e outros quadros de dor inespecífica. É bem conhecido o efeito dos antidepressivos tricíclicos, especialmente de a Amitriptilina, para controle dos casos de dor psicogênica.


Para Referir: Ballone GJ-Serotonina-in. PsiqWeb, Internet, disponível emwww.psiqweb.med.br, revisto em 2005.