Brasil, 24 para 25 de junho 2009.
Quando um adulto morre a gente se esquece de que aquela pessoa foi uma criança um dia. Parece que só conseguimos ver como a pessoa é naquele momento da morte. Quase nunca imaginamos como ela era quando criança. A gente não sabe nada de como foi ser criança para aquela pessoa que morreu adulta. Não conseguimos imaginar se aquela criança escondida dentro daquele corpo sem vida de adulto, foi uma criança feliz. Não sabemos quais foram as brincadeiras que mais gostava, nem se machucou o joelho de tanto correr e cair de patins, qual era sua comida favorita, se gostava de subir em árvores, se o pai e a mãe lhe davam carinho, se falou o que queria falar, se alguém escutou o que ela falava, se falava ou simplesmente aceitava a vida que tinha. A gente não pensa nisso quando vê o corpo de uma criança que morreu adulta.
Ficamos olhando o adulto, lembramos de ontem e nem fazemos força para lembrar de anteontem, quando aquele adulto que morreu, era criança. Tenho pensado muito nisso a um bom tempo. Um adulto é apenas o que aquela criança que ele foi um dia, se transformou, não é aquela criança que já foi um dia, talvez não seja nem sombra da criança que gostaria de ter sido e talvez não tenha nem a sombra da criança. Porque como Peter Pan, talvez tenha perdido a sua sombra por algum motivo que ninguém nunca saberá, porque aquela criança cresceu, viveu, seguiu um caminho, o que estava na sua frente, o que foi mostrado ou quem sabe imposto a ele quando criança e acabou ficando adulto, muito antes de ter conseguido ser criança e morreu no meio de luzes que ofuscaram sua sombra criança.
Aí quando vemos aquele adulto que morreu, nem imaginamos que ali dentro daquele corpo talvez tenha ficado presa, a vida toda daquele adulto, uma criança, que nunca quis ser adulto do jeito que foi ou acabou sendo uma criança que morreu adulta sem nunca ter sido uma criança, um jovem, um adolescente ou até mesmo um adulto que realmente foi criança e cresceu sabendo as diferenças de ser uma coisa ou de ser a outra. Precisamos deixar as crianças serem crianças, para quando, o adulto que elas forem no futuro morrer, seja lembrado também, como era quando foi criança e não só como o adulto que se transformou tanto antes de morrer ainda querendo ser criança.
Meu objetivo é colocar aqui algumas das minhas tropicadas e acertos pela vida em meio ao emaranhado de minha Bipolaridade e da minha Depressão, amigas fieis entre alguns amigos infiéis que a vida me apresentou. Tentarei falar de coisas boas e não tão boas que me aconteceram e continuam acontecendo, pois fazem parte da minha história de vida...
Quem sou eu
- Cientista Chefe
- Brazil
- Um homem casado pela segunda e ultima vez, um filho, disposto a compartilhar experiências, ouvir sugestões, falar das coisas que acredita, do amor, trocar informações sobre as formas que arranjou de lidar com á depressão e a bipolaridade e todos os seus desdobramentos, disposto a ouvir, ser ouvido, perdoar e ser perdoado, completamente disposto em fazer novas amizades, aberto para reformas, para reestruturações de sua própria humanidade...
sábado, 27 de junho de 2009
QUEM FOI A CRIANÇA QUE MORREU ADULTO?
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